Nicole Kidman tem uma grande admiração por minisséries. Em alguns casos, ela é muito bem-sucedida, como em Big Little Lies. Em outros, nem tanto, como Nove Desconhecidos. E agora ela está na Netflix com O Casal Perfeito. A série apresenta várias semelhanças com Big Little Lies e algumas influências de The White Lotus. É uma trama intrigante, com aquele típico mistério de “quem matou?”. Com seis episódios fáceis de assistir – embora com alguns probleminhas -, a série é bastante envolvente.

A minissérie é baseada no livro de mesmo nome escrito por Elin Hilderbrand. A história se passa na paradisíaca ilha de Nantucket, famosa por seus casamentos. O evento mais esperado do ano é o casamento de Amelia Sacks (Eve Hewson) e Benji Winbury (Billy Howle). A rica família do noivo não mediu esforços para receber os convidados em sua enorme propriedade à beira-mar. A futura sogra, Greer Garrison Winbury (Nicole Kidman), uma renomada escritora, não está muito entusiasmada com a relação, mas planeja o casamento mais luxuoso da temporada. No entanto, a atmosfera festiva é abruptamente interrompida quando um corpo é encontrado na praia. Segredos começam a emergir, criando um cenário perfeito para uma investigação digna dos livros de Greer. De repente, todos os presentes se tornam suspeitos, transformando o sonho em um pesadelo.

O que achei?

Achei incrivelmente interessante a inclusão de humor na história de suspense. Além do drama do assassinato e do personagem terminal, a direção de Susanne Bier (a mesma de The Undoing, também com Nicole) utiliza uma certa ironia. Isso é particularmente notável nas performances sensacionais de Dakota Fanning, como a nora grávida, e de Donna Lynne Champlin (de Crazy Ex-Girlfriend), como a detetive Nikki Henry. No final, essa mudança constante de humor torna tudo mais leve, o que fica ainda mais evidente no último episódio.

Além disso, o formato de seis episódios mantém o interesse do espectador. Isso torna a série mais leve e as surpresas são muito bem-vindas (e algumas delas realmente me pegaram de surpresa, rsrs). Gostei da revelação da vítima ao final do primeiro episódio. Já o final, após muitas reviravoltas, revela o assassino, que, pelo que ouvi dizer, é diferente do final do livro.

Nicole é como sempre eficiente, mas gostaria de vê-la em um papel que não fosse o de uma mulher rica com um segredo, como foi em Big Little Lies, The Expats, The Undoing e agora em O Casal Perfeito. Além disso, o filtro que ela sempre utiliza me distrai um pouco. Por falar nisso, foi uma surpresa ver Isabelle Adjani no elenco, interpretando a amiga francesa. Eve Hewson, que interpreta a personagem central, é um pouco mais fraca (apesar de ser linda) e seu personagem é um tanto chato. Esse é o ponto fraco da série. Suas dúvidas em relação aos dois homens e ao casamento não conseguem envolver o espectador. Eu tinha vontade de avançar quando ela aparecia.

O Casal Perfeito também conta com uma belíssima fotografia, com destaque para a utilização das cores, especialmente na festa de casamento. Vale a pena assistir – e é uma série rápida, rsrs.