Costumo afirmar que atualmente está cada vez mais difícil encontrar filmes que de fato causem medo em sua proposta de terror. No entanto, assisti recentemente a dois filmes que, embora tenham seus problemas, têm momentos assustadores e são bem eficazes. São eles Os Observadores, disponível no MAX, e A Libertação, disponível na Netflix. Veja abaixo minha opinião sobre ambos:
Os Observadores – MAX
O filme foi dirigido por Ishana Shyamalan, filho de M. Night Shyamalan. O estilo do pai do diretor é facilmente identificável na direção e no roteiro (que foi co-escrito por ela em parceria com A.M. Shine, autor do livro no qual o filme se baseia). A história acompanha a jornada de Mina (interpretada por Dakota Fanning), uma jovem que se perde em uma floresta na Irlanda. Desesperada por abrigo, ela encontra finalmente um refúgio, porém a sensação de segurança é apenas ilusória. Dentro desse abrigo, Mina se une a três estranhos, todos igualmente aterrorizados. Durante a noite, eles são vigiados e perseguidos por criaturas misteriosas, que nunca podem ser vistas, mas que parecem saber tudo sobre eles. A atmosfera é constantemente tensa e paranoica, onde cada ruído no escuro pode representar uma ameaça.
O filme possui momentos de terror, mas poderia ter uma edição melhor. Alguns momentos de suspense na mata são extremamente eficientes. Há uma reviravolta clara no final (quando tudo parece estar resolvido, mas na verdade não está). Para aqueles que gostam de terror sugestivo, sem muita violência gráfica, é uma boa opção. Mesmo as criaturas permanecem na maior parte do tempo nas sombras (lembrando os ETs de Sinais). É uma pena que Dakota, que normalmente é tão talentosa, não esteja no seu melhor desempenho aqui, parece estar contida demais. De qualquer forma, a estreia de Ishana Shyamalan me surpreendeu de forma positiva.
A Libertação – Netflix
O filme se tornou um dos mais assistidos no mundo em sua estreia. A direção é de Lee Daniels, conhecido por filmes como Obsessão (o meu favorito dele), O Mordomo e Preciosa (pelo qual foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor). Seus filmes abordam questões sociais e o racismo. A Libertação tem um pouco dos dois, mas surpreendentemente também traz elementos de terror. E este é o grande problema do filme.
O mais assustador de tudo é que A Libertação é baseado em uma história real. No filme, a mãe solteira Ebony Jackson (interpretada por Andra Day, de Estados Unidos vs. Billie Holliday), muda-se com sua família para uma nova casa em busca de um novo começo em sua vida. Porém, assim que chegam ao local, ela percebe que uma energia sinistra já está presente ali, e as ocorrências estranhas e demoníacas comprovam que a casa é um portal para o inferno. Agora, com a ajuda da apóstola Bernice James (interpretada por Aunjanue Ellis-Taylor), Ebony enfrenta essa energia maligna para salvar a alma de seus filhos e de sua mãe doente (interpretada por Glenn Close).
O filme parece estar dividido em duas partes: a crítica social e o terror – e por isso perde eficiência. No entanto, há alguns momentos particularmente bons, especialmente aqueles que mostram um dos filhos possuído. Mas Daniels tem um outro triunfo, suas atrizes. Andra Day, vencedora do Oscar por Preciosa, M’onique (substituindo Octavia Spencer), e Aunjanue Ellis-Taylor (de King Richard). Todas elas são incríveis. E, é claro, Glenn Close, simplesmente sensacional como sempre, em uma atuação extremamente corajosa. Essas mulheres já valem o filme.
Curiosidade: Demorei para reconhecer, mas o filho mais velho de Ebony é interpretado por Caleb McLaughlin. Isso mesmo, o garotinho de Stranger Things já está crescendo!
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