Já adianto que cresci acompanhando o seriado do Zorro produzido pela Disney (as três temporadas estão disponíveis no Disney Plus). Como criança, também assisti ao filme de 1940, “A Marca do Zorro”, estrelado por Tyrone Power, que ainda hoje é incrível (disponível no Looke e na Pluto TV). Houve também uma versão com Frank Langella, que é melhor esquecer, e uma divertida sátira com George Hamilton. Já adulta, tive a oportunidade de assistir ao filme “A Máscara do Zorro”, com Antonio Banderas – é um dos meus filmes favoritos. Com toda essa experiência, é claro que fiquei muito curiosa para assistir à série espanhola do Zorro, que está disponível no Prime Vídeo. Tem coisas boas, mas também tem algumas coisas estranhas.

Na série, Diego de la Vega (Miguel Bernardeau, de Elite) é escolhido para se tornar o próximo Zorro. No entanto, sua principal missão é desmascarar os responsáveis pelo assassinato de seu pai e levá-los à justiça. Ao adotar a identidade de Zorro, Diego não busca apenas a justiça em Los Angeles, mas também enfrenta dilemas sobre ser um herói e compreende o impacto de seu papel na Califórnia durante o século XIX.

O que eu achei?

A primeira coisa estranha é que a história tem uma abordagem sobrenatural – especialmente em relação à escolha do Zorro. Além disso, todas as minorias estão presentes e desempenham papéis importantes na história (algo que eu nunca tinha visto antes). Outra coisa é que o Zorro parece um Batman, rsrs. Para você ter uma ideia, o esconderijo dele parece a Batcaverna e o final da temporada, rsrs, chega a ser engraçado. O Capitão Monastério, que é o inimigo do Zorro de sempre, aqui se torna um cara bonzinho. E há um triângulo amoroso entre Monastério, Lolita e Zorro. Confesso que achei Monastério mais interessante.

Isso porque, além de ser obviamente muito bonito, Bernardeau não captura o tom necessário para o personagem do Zorro/Diego. Ele não tem o “fogo” que o personagem requer, e isso afeta a história. Por outro lado, Renata Notni (da série “O Último Dragão”, da Netflix) é incrível. Ela é linda e uma ótima atriz, não fica devendo nada para Catherine Zeta-Jones. Outro destaque é Paco Tous, conhecido por todos pela série “La Casa de Papel”. Ele está ótimo e divertido no papel do mudo Bernardo.

Os caminhos da trama são interessantes, embora eu tenha me cansado um pouco da história da indígena em busca de vingança. Alguns personagens inesperados são mortos, o que sempre surpreende. Há várias cenas de duelos de espadas (mas obviamente sem o talento de Tyrone Power). A história se destaca mais nos momentos divertidos do que na parte dramática. No entanto, consegui assistir rapidamente sem me cansar, talvez pelo meu amor pelo personagem. E o último episódio deixa a porta aberta para uma continuação, com várias pontas soltas. Mesmo com boa recepção por parte do público, ainda não foi aprovada/anunciada uma segunda temporada. É esperar para ver… Ou aguardar a nova série do Zorro com Wilmer Valderrama!