Amo esses filmes que retratam casos jornalísticos reais, nos quais um profissional da imprensa faz a diferença. Existem vários exemplos, como “The Post”, “Todos os Homens do Presidente” ou “O Escândalo”, só para mencionar alguns. E neste mês estreou na Netflix o filme “A Grande Entrevista”, que conta um caso recente e real (embora com algumas liberdades criativas). O filme mostra os bastidores da entrevista na qual o príncipe Andrew admitiu seu envolvimento com Jeffrey Epstein e seu esquema de prostituição com menores. Não é um filme fácil, mas extremamente envolvente para aqueles que apreciam histórias desse tipo.

Tudo começa com a história de uma produtora, que se sente insegura dentro dos escritórios da BBC. Eles estão fazendo cortes, e ela sabe que não é a pessoa mais popular da redação. No entanto, de forma muito especial, Sam McAlister (interpretada por Billie Piper, da série Penny Dreadful) consegue um contato com a assistente do Príncipe Andrew (Rufus Sewell), ao mesmo tempo em que descobre informações privilegiadas sobre seu envolvimento com Epstein. É quando entra a famosa jornalista Emily Maitlis, interpretada por Gillian Anderson, que estará encarregada de fazer a grande entrevista.

O que achei?

O filme é baseado no livro de Sam McAlister, “Scoops: Behind the Scenes of the BBC’s Most Shocking Interviews”. Não me recordo especificamente da entrevista da época, apenas das repercussões que fizeram Andrew perder todas as suas honrarias de príncipe. Mas é extremamente interessante acompanhar todas as negociações e reviravoltas dessa história. É especialmente intrigante perceber que nem Andrew, nem sua assistente, têm noção da gravidade do que ele diz na entrevista.

Os atores estão excelentes. Billie Piper interpreta de forma brilhante a produtora agressiva, excêntrica e muito perspicaz. Ela carrega a maior parte do filme nas costas. Não conheço a jornalista interpretada por Gillian Anderson, mas é evidente que ela se dedicou para capturar seu estilo e maneirismos. Gillian é uma verdadeira camaleoa e, na minha opinião, merece todos os prêmios. E o mais surpreendente é Rufus Sewell como Andrew. Eles não se parecem fisicamente, mas há momentos em que é possível enxergar perfeitamente o príncipe em sua atuação. E vamos combinar? O que é aquela cena com os ursinhos! Hahaha! Será que é uma das liberdades criativas do roteiro? Ou será assim mesmo? Hahaha.