Desde o início (quando eu estava em viagem), continuam os elogios para a minissérie Ripley da Netflix. A série é baseada em um livro que já teve duas adaptações muito famosas para o cinema, O Sol por Testemunha, estrelado por Alain Delon, e O Talentoso Ripley, com Matt Damon, este último também disponível na Netflix. Eu já assisti às duas versões e gosto delas, mas ainda não tive tempo para assistir à minissérie estrelada por Andrew Scott, de Todos Nós Desconhecidos. No entanto, meu amigo José Augusto Paulo assistiu e adorou. Aqui está a crítica dele:
Ripley
Embora eu não tivesse a melhor impressão sobre ela como pessoa, sempre gostei dos livros de Patricia Highsmith. Um deles, O Talentoso Mr. Ripley, já foi adaptado para o cinema em duas versões famosas. Agora, Steven Zaillian – roteirista de A Lista de Schindler e diretor de A Grande Ilusão – nos presenteia com uma série de TV refinada, elegante e visualmente impressionante. Ele também nos apresenta um Thomas Ripley diferente, mais humano, com seus erros, e menos ambicioso, que vai crescendo como personagem ao longo da história. O resultado me manteve interessado em cada cena, até o último minuto, e não queria que acabasse.
A história é conhecida. Tom Ripley (Andrew Scott) é um nova-iorquino que vive de pequenas fraudes e trapaças, sem muito sucesso. Um dia, ele recebe um convite para se encontrar com Herbert Greenleaf (Kenneth Lonergan), dono de um estaleiro. Greenleaf pede a Ripley que vá para a Itália trazer seu filho, Richard ‘Dickie’ (Johnny Flynn), de volta para casa. Greenleaf acredita que Ripley é amigo de Dickie (provavelmente uma confusão de nomes, já que nenhum dos amigos de Dickie conhece Tom). Dickie está morando há alguns anos na Europa, vivendo de uma herança e tentando ser pintor. Ele não vê motivo para voltar aos EUA e tem um relacionamento com a escritora americana Marge Sherwood. Tom, que nunca tinha saído dos Estados Unidos e tem pouco conhecimento de arte e história, se encanta com a Itália.
Logo, Tom percebe que Dickie não tem planos de voltar para os EUA e vê uma oportunidade de ficar em Atrani e desenvolver uma amizade com ele. No entanto, Tom tem o hábito de se aproveitar das pessoas e vê essa situação como uma oportunidade única. Conforme a trama avança, Marge e até mesmo Dickie começam a desconfiar das verdadeiras intenções de Tom. Isso leva a medidas drásticas e a um jogo de gato e rato com a polícia italiana, principalmente com o Inspetor Pietro Ravini.
A crítica
As imagens, mesmo em preto e branco, possuem uma qualidade que por vezes nos faz enxergar cores, com uma definição muito boa. O cuidado com os detalhes também é notável. A câmera busca objetos, decorações, pinturas, em todos os cantos. Isso cria toda uma atmosfera onde as ações se desenrolam. Há também reconstruções históricas breves, mas bem feitas, ajudadas pela beleza dos edifícios e ruas da Itália, que trazem consigo a história do lugar. Tudo está conectado com a trama. Sem mencionar o suspense criado por certos objetos e marcas de sangue destacados em primeiro plano, com a polícia ao fundo… é de deixar o coração na boca.
As atuações estão no mínimo boas e chegam a excelentes. A trilha sonora, deliciosa e da época, contribui para a imersão na história. Além disso, há estrelas que não são mencionadas no elenco: Atrani, Palermo, Roma e Veneza – todas belas, vistas sob ângulos lindos, raros e elegantes. Tudo faz com que torçamos para que Tom consiga escapar, mesmo testemunhando seus crimes, porque sentimos que ele “mudou de vida”. Essa é uma das mágicas de Zaillian.
Nosso blog Geek.etc é como um refúgio sagrado para os verdadeiros amantes do entretenimento, onde a magia do cinema, a emoção dos animes, a intriga dos seriados e muito mais se fundem para proporcionar experiências únicas e inesquecíveis.
Fotos: Reprodução, Divulgação, bloghollywood, Google