O Mundo depois de Nós, que estreou na última sexta na Netflix, vem despertando grande indignação em muitas pessoas que assistem. Concordo que não é um filme fácil, pelo contrário. Existem diversos momentos estranhos (os veados), o humor pode parecer bastante peculiar também. E todo mundo critica o final, que, na minha opinião, foi eficaz. Mas de qualquer forma, O Mundo depois de Nós é aquele tipo de filme que não vai deixar ninguém impassível.
Para aqueles que não assistiram, a história é a seguinte: tudo começa quando o casal Amanda (Julia Roberts) e Clay (Ethan Hawke) e seus filhos vão passar o final de semana em uma mansão luxuosa perto da praia. Após um incidente estranho envolvendo um navio, coisas inesperadas começam a acontecer. É quando um apagão traz dois desconhecidos com notícias de um grande ataque cibernético que transforma tudo em um caos. G.H. (Mahershala Ali) e Ruth (Myha’la) chegam à casa desesperados em busca de abrigo, alegando que a casa é deles. Eles precisam entrar para se proteger da grande ameaça invisível que coloca em risco a vida de todos. Agora, as duas famílias precisam se unir para se salvar do desastre iminente que se torna cada vez mais assustador e perigoso.
O que achei?
O Mundo depois de Nós é baseado no livro Leave The World Behind, escrito por Rumaan Alam. A direção é de Sam Esmail, de Mr. Robot. E os produtores são Barack e Michelle Obama. Com isso, já se pode perceber que o filme terá uma mensagem que serve como um alerta contra o totalitarismo, o racismo, a polarização e muitas outras coisas que encontramos por aí – e que parecem normais. Considerando a sociedade em que vivemos, a ideia de um mundo sem conexões é assustadora por si só.
É claro que o filme possui suas falhas. Começando novamente pela duração – 2h20 é tempo demais. A trilha sonora é perturbadora, e a questão dos dentes é extremamente repugnante. Toda a situação com os veados gritantes é tão surreal que é impossível saber se é para rir ou ficar tenso. No entanto, O Mundo depois de Nós tem algumas ideias muito interessantes. Começando pela participação de Kevin Bacon (adorei ver a única cena entre ele e Julia Roberts – lembra de Linha Mortal?).
O diretor consegue criar momentos de tensão constante. Já o final, tão odiado por muitos, permite várias interpretações. Pessoalmente, acho um dos pontos altos do filme, pois me faz imaginar qual seria o desfecho ideal. Além disso, presta uma homenagem à mídia física, o bom e velho DVD. Quem diria que isso viria de uma produção da Netflix, rsrs?
E ainda?
E é claro, o elenco! Adoro quando Julia sai de sua zona de conforto. Ela interpreta uma personagem um tanto antipática, mas que vai se revelando ao longo do filme. E Mahershala Ali é sempre um ator carismático, que prende a atenção o tempo todo. Ele substituiu Denzel Washington (amigo de Julia), que acabou saindo um pouco antes das filmagens. O restante do elenco também é bom – cada um tem uma cena para chamar de sua.
Em alguns momentos, O Mundo depois de Nós me lembrou outros filmes apocalípticos como Rua Cloverfield 10 ou mesmo o mais recente Batem à Porta. Gosto dos dois. E também gostei de O Mundo depois de Nós, mesmo com todos os seus problemas.
PS – Você reparou nas mudanças nos quadros?
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